mulher que me olha e me sabe mais que a mim mesmo
desgraça
menino de pedra pelado aos olhares da roda
menino da virgem maria na cama mijada
persiste
medusa que chupa as cobras dos próprios cabelos
Vinicius Ferreira Barth
mulher que me olha e me sabe mais que a mim mesmo
desgraça
menino de pedra pelado aos olhares da roda
menino da virgem maria na cama mijada
persiste
medusa que chupa as cobras dos próprios cabelos
Vinicius Ferreira Barth
Lindo e forte a tua matéria poética, Vinicius. Há rasgos de erudição da tua composição! Te deixo um dos meus:
Réquiem
Procuro um, procuro outro.
São um e outro de um fundo só.
Proclamei a mim um e outro de um só fundo,
que não são um nem outro nem um fundo só.
– São cracas de uma epiderme que se morbidificam em nós.
Namaste!
Rô Candeloro (amigo do Ade)
fala Rosana!
parabéns pelo poema, me pareceu um Sá Carneiro atualizado.
e valeu pelos comentários. sempre bom receber um feedback (com ou sem óculos)
Ops, amiga do Ade, não ‘amigo’. Sorry!
‘Linda’ a forte… Há rasgos de erudição ‘na’ tua… Poxa, digitei sem meus óculos… Foi mal! Desculpas a todos! Os óculos tornaram-se um apêndice de meu corpo!
“rasgos de erudição” foi a definição perfeita.
Obrigada, Vinicius! Agora, digito com meus óculos resgatados…
Li bastante Sá-Carneiro, quando bem jovem, mas minha poesia é pura Filosofia, porque estou mergulhada na área há 32 anos. Elas estão em mim, Poesia e Filosofia, unificadas, como pretendia F. Schlegel.
Deixo-te mais um da mesma lavra:
Arqueologia do ser
Sou os outros que são outros
E nesta indigesta inconstância de ser
Morro quando, da tentativa de outros,
Me tentam resgatar, logicamente me ter.
Eu sou eu, não sou una
Sou cortiço, multidão!
Em mim o não sair de mim mesma
É forma lídima de degenerescência
Tributo caro da reflexão!
Abraço a todos!
Rô