
sabemos (quase) nada dessa figura raríssima
(quisera dizer importantíssima)
da poesia brasileira, fora que
(talvez) nasceu em 1755
em são sebastião
do rio de janeiro
sob o generiquíssimo nome
de joaquim josé da silva
para por certo morrer
num (talvez) ano do séc. seguinte
e nos deixar meros 15 poemas:
mestre do coloquial-urbano.
a quem interesse (caso
este caso interesse)
tratei do assunto na r.nott,
mas deixo cá mais um soneto
só para insistirmos.
guilherme gontijo flores
* * *
Senhor Mestre Alfaiate, este calção
Está como os sapatos, que eu lhe fiz?
De que serve o dedal, tesoura e giz,
Se não sabe pagar-lhe com a mão?
Você não é alfaiate, é remendão,
Eu bem podia crer o que se diz;
Porém como por asno nunca quis,
Justo é sinta o mal sem remissão.
Já outro que ali mora junto à Sé
Bem conhecido, Antônio Marroquim,
Me deitou a perder um guarda-pé.
Se eu daqui a dez anos, para mim,
Não fizer um calção de sufulié,
Não me chamem jamais Mestre Joaquim.
(sapateiro silva)
Excelente esse registro poético!