
A série Perdi minha língua no estrangeiro surgiu de uma experiência na Oficina Tipográfica São Paulo, a partir do círculo de tipos móveis criado por Luy Albino. Entrar numa tipografia meses após a morte de meu irmão, um tipógrafo também, foi como andar para trás até chegar a traços indecidíveis. Repetir a impressão desse círculo de tipos incansavelmente, para depois chegar ao ateliê/casa e: ampliar, sobrepor, justapor, desdobrar, deslocar sem grandes elaborações, num fazer-veneno. Gestos de um pequeno desejo de delírio, sem o menor pensamento, de encontro do corpo com o osso da palavra ─ a letra.
Angela Quinto (n. 1955) vive em São Paulo. Transita entre psicoterapia, poesia, performance e artes visuais. Faz do caminhar um dispositivo para sua atuação artística