Do som ao traço: o aspecto musical como processo de composição do poema, por André Capilé e Sergio Maciel

Tradicionalmente, nos Estudos Clássicos, a questão da oralidade tem sido um problema. Pelo menos até o século XX, as abordagens eram muito mais voltadas ao texto em si, à sua realização literária, ao papel. A filologia era um campo quase absoluto, sobretudo entre os classicistas alemães, extremamente importantes para o cotejamento atual de manuscritos e da filologia românica, que ganhou força no século XIX. É … Continuar lendo Do som ao traço: o aspecto musical como processo de composição do poema, por André Capilé e Sergio Maciel

XANTO | O mundo mutilado, de Prisca Agustoni ou as línguas partidas. Resenha e desenho, por Ana Cláudia Romano Ribeiro.

O mundo mutilado, livro de poemas de Prisca Augustoni, publicado pela editora Quelônio em 2020, com detalhe de ilustração de Anna Allenbach na capa, tem sete partes: seis delas são compostas por poemas; a última, “como nasceu este livro”, localiza o leitor no tempo, no espaço e nas tragédias que ele recoloca aos nossos olhos e que motivaram o livro: Entre 2013 e 2017 os … Continuar lendo XANTO | O mundo mutilado, de Prisca Agustoni ou as línguas partidas. Resenha e desenho, por Ana Cláudia Romano Ribeiro.

XANTO|A mitopoética de Gerardo Mello Mourão, por Alexandre Sugamosto

O escritor cearense Gerardo Mello Mourão (Ipueiras, 8 de janeiro de 1917, Rio de Janeiro, 9 de março de 2007) é uma figura bastante enigmática na história da literatura brasileira. Poeta laureado, vencedor do Prêmio Jabuti com seu épico Invenção do Mar, indicado ao Nobel de Literatura em 1979 e elogiado por figuras como Ezra Pound e Carlos Drummond de Andrade, Mello Mourão ainda é … Continuar lendo XANTO|A mitopoética de Gerardo Mello Mourão, por Alexandre Sugamosto

XANTO | Siba: do popular poético ao épico

A poética popular do nordeste é ampla em relação ao estilo, mas pode-se resumir, creio, como um ponto de encontro comum, na poética dos cantadores de viola, dos repentistas. A poesia dos cantadores funciona como força motriz, através da qual os outros gêneros, como o maracatu do baque solto, o côco de embolada, o côco de roda, a ciranda etc, de certo modo, derivam e … Continuar lendo XANTO | Siba: do popular poético ao épico

XANTO | Adam Zagajewski: In Memoriam, por Marcelo Paiva de Souza

Em meio a tantas, em toda parte, nos tempos que vamos vivendo – quantas mais, em nosso país, sob as torpezas de um necrogoverno desabridamente aliado à pandemia? –, a morte do poeta polonês Adam Zagajewski (1945-2021) em Cracóvia no último dia 21 de março não chegou de pronto a meu conhecimento. Ao contrário da suspeita que já acorre quase que num reflexo, a causa … Continuar lendo XANTO | Adam Zagajewski: In Memoriam, por Marcelo Paiva de Souza

Concret_s como frutos, nítid_s como pássaros (III): Poesia expandida

“Concretos como frutos nítidos como pássaros” é uma série dedicada à divulgação da poesia portuguesa contemporânea no Brasil. Leia os posts anteriores da série. Parte I: “Explicação, Miguel-Manso” [fevereiro 2021].Parte II: “Regina Guimarães, Margarida Vale de Gato, Maria Brás Ferreira” [março 2021]. FERNANDO AGUIAR (LISBOA, 1956) Acho que há sempre uma ligação com aquilo que se fez nopassado, e nos livros sobre poesia visual os … Continuar lendo Concret_s como frutos, nítid_s como pássaros (III): Poesia expandida

XANTO | Osman Lins & Imagens de circunstâncias pelas lentes do romancista, por Cristiano Moreira

Um dia escrevi um poema. É a primeira vez que falo nisso: chamava-se ‘Beduíno regenerado pela Lua’. Que significava esse tema estranho? Como se eu já soubesse que a poesia salva o homem. Fui censurado pela minha família, porque os meus versos não tinham rima nem métrica. Eu estava com oito anos e aquele foi o meu primeiro contato com o academismo.(LINS, Osman. Evangelho na … Continuar lendo XANTO | Osman Lins & Imagens de circunstâncias pelas lentes do romancista, por Cristiano Moreira

Concretas como frutos nítidas como pássaros (II): Regina Guimarães, Margarida Vale de Gato, Maria Brás Ferreira

“Concretos como frutos nítidos como pássaros” é uma série dedicada à divulgação da poesia portuguesa contemporânea no Brasil. Leia os posts anteriores da série. Parte I: “Explicação, Miguel-Manso” [fevereiro 2021]. REGINA GUIMARÃES (PORTO, 1957) Correio do Porto: — Como se situa no panorama da poesia portuguesa contemporânea? (A cena literária, mas também, muitas vezes, as cenas literárias…) Regina Guimarães: — Não me situo. Correio do … Continuar lendo Concretas como frutos nítidas como pássaros (II): Regina Guimarães, Margarida Vale de Gato, Maria Brás Ferreira

A entrega amorosa como resistência política dos afetos: Catulo exuzado em Bebedouro

Ainda que o gênero elegíaco exista pelo menos desde o século VII a.C. na Grécia arcaica e tenha se tornado popular graças a poetas como Sólon, Tirteu e Mimnermo, por exemplo, aquilo que veio a se desenvolver em Roma, durante o Período Augustano, estabeleceu-se como um modo muito particular desse gênero, chegando quase a ser considerado um gênero à parte devido à sua peculiaridade. A … Continuar lendo A entrega amorosa como resistência política dos afetos: Catulo exuzado em Bebedouro

XANTO | Joy Harjo: poeta da terra, voz do vento, por Rafael Sobral

A natureza enraizada em terra germina sementes que crescem, florescem e frutificam, suas folhas respiram e fazem respirar, seus caules, troncos e tocos são fundamentos desde antes de pegadas marcadas no chão pela exploração e apropriação do que depois chamou-se de humano, logo o sumo do sumo sempre permanece liquefeito e sublimado como relva sobre as flores e folhas das estações do tempo ou sobre … Continuar lendo XANTO | Joy Harjo: poeta da terra, voz do vento, por Rafael Sobral