Sîn-lēqi-unnini, Ele o abismo viu, série de Gilgámesh, tabuinha 6 – Tradução de Jacyntho Lins Brandão

  A sexta tabuinha da versão clássica do poema de Gilgámesh (cerca de 1200 a. C.) traz um episódio completo: após vencer e eliminar Húmbaba, o guardião da floresta de cedros, Gilgámesh reveste-se com sua glória e desperta o desejo da deusa Ishtar, que o assedia; a resposta do herói é incisiva, desrespeitosa e irônica ao ponto de ser cômica; ofendida, a deusa solicita que … Continuar lendo Sîn-lēqi-unnini, Ele o abismo viu, série de Gilgámesh, tabuinha 6 – Tradução de Jacyntho Lins Brandão

A prece de Nínsun (Sîn-lēqi-unninni, Ele o abismo viu, serie de Gilgámesh, tabuinha 3, v. 13-135) – tradução do acádio por Jacyntho Lins Brandão

É usual na tradição médio-oriental que as obras sejam conhecidas a partir de suas primeiras palavras, como, neste caso: ša naqba imuru (literalmente, ‘aquele que o abismo viu’). Esse é o título original do que, desde o século XIX, se costuma chamar poema ou epopeia de Gilgámesh. A atribuição do texto a Sîn-lēqi-unninni encontra-se em catálogo redigido no primeiro terço do primeiro milênio a. C. e achado … Continuar lendo A prece de Nínsun (Sîn-lēqi-unninni, Ele o abismo viu, serie de Gilgámesh, tabuinha 3, v. 13-135) – tradução do acádio por Jacyntho Lins Brandão

nota crítica: a “eneida” de virgílio, por carlos alberto nunes

em setembro de 19 a.C., junto à cidade de bríndisi, o moribundo públio virgílio marão pedia que queimassem os manuscritos “incompletos” da eneida, o poema épico fundamental da literatura romana ((nãoa  resumirei, mas podem conferir aqui)) & que viria a ser tornar, segundo t.s. eliot, o centro da cultura europeia: “Virgílio tem a centralidade do clássico único; está no centro da civilização europeia, numa posição que nenhum outro … Continuar lendo nota crítica: a “eneida” de virgílio, por carlos alberto nunes

argonáutica 1.605-914 – o episódio de lemnos

o poema épico conhecido como as argonáuticas de apolônio de rodes representa uma das (senão a) obras maiores do período helenístico na antiguidade. diferentemente do que pregavam contemporâneos do autor como teócrito e calímaco (este tendo dito: ‘um grande livro é um grande mal’), autores de poemas menores em extensão, como epigramas, e pensadores de uma poética sucinta, apolônio compõe uma épica de extensão considerável: … Continuar lendo argonáutica 1.605-914 – o episódio de lemnos

O Paraíso Reconquistado de John Milton

Eu, que há pouco o feliz Jardim cantei, Perdido em desobediência, canto Aos homens recobrado Paraíso, Provada a obediência de outro homem Por toda a tentação, o Tentador Frustrado em seus ardis, vencido e expulso, E o Éden ressurgido em vasto ermo. Assim começa a continuação do Paraíso Perdido, de John Milton, intitulado, em nossa tradução, Paraíso Reconquistado (Paradise Regained, no original. Motivo de várias … Continuar lendo O Paraíso Reconquistado de John Milton

traduzir e retraduzir (n)o escamandro

o capítulo primeiro de tradução, reescrita e manipulação da fama literária, de andré lefevere, inicia-se com o seguinte parágrafo: Este livro lida com os intermediários, homens e mulheres que não escrevem literatura, mas a reescrevem. Isso é importante porque eles são, no presente, co-responsáveis, em igual ou maior proporção que os escritores, pela recepção geral e pela sobrevivência de obras literárias entre leitores não-profissionais, que … Continuar lendo traduzir e retraduzir (n)o escamandro

Milton e um paraíso mais de uma vez perdido

John Milton (1608-1674): assim como com o carpe diem de Horácio, mesmo que você jamais tenha lido o autor de fato, deve ter tido alguma forma já de contato com ele. Você pode, por exemplo, já ter esbarrado numa das famosas gravuras de Gustave Doré (como a que está aqui ao lado) baseadas no seu longo épico Paraíso Perdido (1667, 1674), ou assistido ao filme … Continuar lendo Milton e um paraíso mais de uma vez perdido

carioqueida – vinicius ferreira barth

Carioqueida foi um poema escrito por inspiração simultânea de duas fontes: a Eneida de Virgílio e o malandrismo carioquês, infundido pelo Bernardo e bastante corrente em nosso grupo como filosofia composicional. Talvez uma releitura de colarinho da épica, uma Dido de mini-saia, um Enéias de bronze, de chopp e de malícia.É meu costume homenagear os colegas com meus trabalhos, utilizando mecanismos, estilos e pensamentos em … Continuar lendo carioqueida – vinicius ferreira barth

a constatação da épica pessoal – vinicius ferreira barth

fatos disformes e              feitosnarrados desamarrados eia! musa que te buliu. e eu tomo no                escudotodo dia uma lança:comilança balança pajelança ponta-de-lançacochamblançalambança e aqueles gregos, há,brigavam peladinhos.   Vinicius Ferreira Barth Continuar lendo a constatação da épica pessoal – vinicius ferreira barth