CARPE DIEM: 28 versões + 2, por Matheus Mavericco

Existem poemas que conseguem a tremenda felicidade de cravarem uma expressão ou uma palavra na cabeça dos leitores. Nem sempre é sinal de qualidade. Veja o caso de “passar pela vida em branca nuvem”, expressão usada por nossos avós e que foi retirada de um poema de Francisco Otaviano, patrono da cadeira de número 13 na Academia Brasileira de Letras e poeta medíocre, autor, quando … Continuar lendo CARPE DIEM: 28 versões + 2, por Matheus Mavericco

Albas, por Matheus Mavericco

“Alba” é um gênero da poesia lírica medieval que traz a situação de dois amantes que passaram uma noite danada de boa e que, quando a aurora raia, precisam partir, se separar. Algo aparentemente banal, mas que possui alguns significados dignos de nota. O negócio é que existe uma sensualidade na alba que não costuma aparecer muito em outros gêneros poéticos. A alba é um … Continuar lendo Albas, por Matheus Mavericco

Poetas e Poemas Tang a partir de William Carlos Williams (pt. 4), por Danilo Augusto

  este é o quarto & último texto da série preparada por danilo augusto para o escamandro, com um ensaio sobre a sua visão & experiência pessoais diante das traduções de poetas da dinastia tang feitas pelo poeta norte-americano william carlos williams em parceria com o sinólogo david rafael wang. a meu ver (aliás bem diverso do de danilo augusto), a grande importância de um projeto … Continuar lendo Poetas e Poemas Tang a partir de William Carlos Williams (pt. 4), por Danilo Augusto

Marjorie Perloff e o Gênio Não Original

Talvez eu pudesse comparar a atividade de ser tradutor – o símile vale para revisores também, mas na tradução a coisa é mais intensa – a um tipo de roleta russa. Muitas vezes você pode ser chamado para traduzir livros ruins, tediosos, ridículos, mal escritos, que te fazem desejar que eles nunca tivessem visto a luz do dia, que dirá sido traduzidos. Felizmente, porém, este … Continuar lendo Marjorie Perloff e o Gênio Não Original

horácios na ode 1.11 “a leuconoe”

a imagem acima resume o ponto: esta ode de horácio é a mais pop, mesmo que nem tanta gente a tenha lido integralmente. o mote expresso no carpe diem é o resumo de um topos clássico para viver o agora, sem confianças no que possa vir ou não, no dia seguinte. não pretendo aqui fazer uma apresentação da poesia de quinto horácio flaco (65 a.c. – 8 … Continuar lendo horácios na ode 1.11 “a leuconoe”

as oferendas de dirceu villa (lustra de ezra pound)

na abertura do lustra (1916) de ezra pound, lemos “Definição: Lustrum: uma oferenda pelos pecados de todo o povo, feita pelos censores ao expirarem cinco anos de serviço, etc.”, que dá boa parte do mote para compreendermos o livro como um todo (embora não tudo que o livro possa fazer, ou sequer metade dos seus problemas), bem como seus poemas. a poesia, aqui, está em função … Continuar lendo as oferendas de dirceu villa (lustra de ezra pound)

old ezra for schoolboys

aviso: este post vai ser longo. não vou falar demais de pound, porque todo mundo sabe – & quem não sabe, vire-se. só uma nota sobre as traduções. eu conheço duas: uma parcial dos irmãos campos com o décio pignatari (doravante, o trio). a tradução é apenas daquela parte mais famosa, que encerra o canto (“what thou lov’st well remains, &c.“), é uma bela duma … Continuar lendo old ezra for schoolboys