caminho de muito caminho, exu gira njila, eiá macumba

um divino de muitos nomes, truqueiro como só, dotado de toda sorte de contrariedades, vem passeando há muito entre nós e, na diversidade de seus múltiplos caminhos, toma posto, desde sempre muito seu, de inúmeros cruzamentos discursivos no presente-já dos dias que correm. salvo o meme, reproposto na figura de Paulinho recentemente, folha de fortuna, hortelã-pimenta & palma-miúda, padê de mel, padê de cachaça, padê … Continuar lendo caminho de muito caminho, exu gira njila, eiá macumba

Arsêni Tarkóvski, por Irineu Franco Perpétuo e Guilherme Gontijo Flores

Nove anos atrás, Bernardo Lins Brandão fez um post sobre a poesia de Arsêni Tarkóvski (Arseny Tarkovsky em grafia anglófona, 1907-1989); foi um post modesto em resposta ao nosso encantamento pela poesia desse russo que segue sendo mais conhecido como pai do cineasta Andrei Tarkóvski do que como poeta de força fora do comum. Andrei, de modo muito explícito, usou trechos de poemas do pai … Continuar lendo Arsêni Tarkóvski, por Irineu Franco Perpétuo e Guilherme Gontijo Flores

Cena de: Uma A Outra Tempestade, por André Capilé & Guilherme Gontijo Flores (a partir de Shakespeare & Césaire)

No dia 23 de setembro de 2020, ao fim do curso acerca da “Tradução-Exu”, compartilhado entre Guilherme Gontijo Flores e André Capilé, todo ele ainda disponível aqui: TRADUÇÃO-EXU, deu-se início à empreitada de refazer, em múltiplos cruzamentos, as tempestades de Césaire e Shakespeare. Se, em sua radicalidade, encarar Une Tempête, de Aimé Césaire, ela mesma uma tradução-exu de The Tempest, de William Shakespeare, ao cotejar … Continuar lendo Cena de: Uma A Outra Tempestade, por André Capilé & Guilherme Gontijo Flores (a partir de Shakespeare & Césaire)

Abecedário #1

Ano passado, propus um projeto que consistia num conjunto de ensaios poéticos na forma de um abecedário. A cada uma das letras do alfabeto, uma palavra. A cada palavra, um(a) poeta, crítico(a). A ideia era emular o famoso abecedário proposto ao Deleuze. Infelizmente, o projeto não pode ser levado a cabo na sua forma inicial, em livro. No entanto, remodelando às necessidades do momento, transfiro-o … Continuar lendo Abecedário #1

caruru bravo | poesia no caribe

Ebony G. Patterson…they were discovering things and finding ways to understand… (…when they grow up…), 2016 [detalhe] se brasil é uma catástrofe que aconteceu a essa terra [sentença que tomo de assalto de Juliana Fausto, et caterva], também uma ideia conjuntural do que seja caribe ou antilhas possa ser lida de modo simétrico à primeira afirmativa. não quer dizer, contudo, que não sejam possíveis confluências, … Continuar lendo caruru bravo | poesia no caribe

“Menuro na Estância”, por Guilherme Gontijo Flores e Daniel Kondo

Este videopoema é mais uma parceria minha com Daniel Kondo, para além de A mancha e do projeto Coestelário, ainda em movimento; é fruto da troca contínua que tem sido o convívio com Kondo, como artista e amigo. Sou um tanto avesso a explicar demais as obras, por isso gostaria apenas de avisar que os sons que acompanham o vídeo são da ave-lira ou pássaro-lira … Continuar lendo “Menuro na Estância”, por Guilherme Gontijo Flores e Daniel Kondo

XANTO|”Não saber cantar é não ser canto?”, por José Pinto

Casem-se os poetas com a respiração do mundoBaltasar Lopes (Osvaldo Alcântara), poeta cabo-verdiano Escrito em 1942, o poema de Paul Éluard hoje conhecido pelo título ‘Liberté’ foi transportado clandestinamente de França, ocupada pelos nazis, para Inglaterra. Em 1943, o poema foi lançado por aviões aliados nos céus da Europa em guerra e refaço o exercício de imaginar o que poderia ter sentido um judeu num … Continuar lendo XANTO|”Não saber cantar é não ser canto?”, por José Pinto

“avessa: áporo-antígona” de Guilherme Gontijo Flores

Este post é um lançamento de livro num mundo agora precário do convívio corporal. Ele aguarda seu desdobramento em livrinho material, num futuro próximo. Uma noiva inupta morta, mas que ri e prolifera, a despeito do horror presente e da vertigem da história: aqui, o que é abafado retorna como caruncho num tronco, ou num pote de comida em poética fúngica que realiza um verdadeiro … Continuar lendo “avessa: áporo-antígona” de Guilherme Gontijo Flores

Uma alegria estilhaçada: Poesia brasileira 2008-2018, por Gustavo Silveira Ribeiro

Hoje sai finalmente a antologia preparada pelo professor Gustavo Silveira Ribeiro, em desdobramento da série Uma casa para conter o caos, que foi publicada em 2019, na seção Xanto, e também da antologia A extração dos dias: poesia brasileira agora, publicada aqui em 2017. Como em todos os casos, prezamos pela independência crítica e cedemos o espaço para que ela se desdobre em diálogos e debates. … Continuar lendo Uma alegria estilhaçada: Poesia brasileira 2008-2018, por Gustavo Silveira Ribeiro

Proêmio da Ilíada, por Matheus Mavericco

Proêmios são grosso modo um resumo supercompacto dos grandes épicos antigos. A diferença é que, em vez de virem acompanhados de elogios geneticamente selecionados de resenhas de jornais de grande circulação, como na capa de trás dos livros, e em vez de entregarem a obra praticamente toda para o leitor, como nos trailers de cinema, o proêmio dava o sabor da técnica e do traquejo … Continuar lendo Proêmio da Ilíada, por Matheus Mavericco