Ao Kurnúgu, à terra sem retorno (Descida de Ishtar ao Mundo dos Mortos) – tradução de Jacyntho Lins Brandão

Ao Kurnúgu, à terra sem retorno (Descida de Ishtar ao Mundo dos Mortos) Tradução de Jacyntho Lins Brandão   [1] Ao Kurnúgu, à terra sem retorno, Ishtar, filha de Sin, seus ouvidos voltou, E voltou, a filha de Sin, seus ouvidos   [4] À casa trevosa, sede do Irkalla, À casa onde quem entra não sai, À jornada da rota sem volta,   [7] À … Continuar lendo Ao Kurnúgu, à terra sem retorno (Descida de Ishtar ao Mundo dos Mortos) – tradução de Jacyntho Lins Brandão

Um cântico de Inana e Dumuzid

Bem, por sorte eu já falei bastante longamente sobre a deusa Inana, divindade suméria do amor, do sexo, da fertilidade e da guerra (conhecida como Ištar entre os babilônios e possível origem da deusa Afrodite no panteão grego) e seu esposo Dumuzid (ou Tâmuz), num momento anterior aqui no blogue, quando apresentei o poema “A descida de Inana ao mundo dos mortos” (e um outro … Continuar lendo Um cântico de Inana e Dumuzid

“O diálogo do pessimismo”

“O diálogo do pessimismo” é um poema babilônico que fazia um tempo que eu queria traduzir. Também chamado de arad mitanguranni (o primeiro verso do poema no original: “vem servir-me, escravo” ou “escuta, escravo”) ou “O diálogo de um senhor e seu escravo”, por motivos óbvios, ele consiste nisso mesmo. São 10 ou 11 estrofes, cada uma com uma estrutura bastante simples, mas eficaz: elas … Continuar lendo “O diálogo do pessimismo”

Do šīmtu ao fātum: sobre poesia, astrologia e noções de destino na antiguidade

…we make guilty of our disasters the sun, the moon, and the stars; as if we were villains on necessity; fools by heavenly compulsion; (…) My father compounded with my mother under the dragon’s tail, and my nativity was under ursa major; so that it follows I am rough and lecherous. —Tut! I should have been that I am, had the maidenliest star in the … Continuar lendo Do šīmtu ao fātum: sobre poesia, astrologia e noções de destino na antiguidade

“A descida de Inana ao mundo dos mortos”

“A descida de Inana ao mundo dos mortos” é o principal texto por trás de um dos mitos mais célebres do Oriente Médio: a narrativa de Tâmuz e Ištar. Como se sabe, Tâmuz era um deus da vegetação, consorte da deusa do amor, do sexo, da fertilidade e da guerra, e a cada ano, ao chegar o solstício de verão, quando ele morre e renasce, … Continuar lendo “A descida de Inana ao mundo dos mortos”

Sîn-lēqi-unnini, Ele o abismo viu, série de Gilgámesh, tabuinha 6 – Tradução de Jacyntho Lins Brandão

  A sexta tabuinha da versão clássica do poema de Gilgámesh (cerca de 1200 a. C.) traz um episódio completo: após vencer e eliminar Húmbaba, o guardião da floresta de cedros, Gilgámesh reveste-se com sua glória e desperta o desejo da deusa Ishtar, que o assedia; a resposta do herói é incisiva, desrespeitosa e irônica ao ponto de ser cômica; ofendida, a deusa solicita que … Continuar lendo Sîn-lēqi-unnini, Ele o abismo viu, série de Gilgámesh, tabuinha 6 – Tradução de Jacyntho Lins Brandão

A prece de Nínsun (Sîn-lēqi-unninni, Ele o abismo viu, serie de Gilgámesh, tabuinha 3, v. 13-135) – tradução do acádio por Jacyntho Lins Brandão

É usual na tradição médio-oriental que as obras sejam conhecidas a partir de suas primeiras palavras, como, neste caso: ša naqba imuru (literalmente, ‘aquele que o abismo viu’). Esse é o título original do que, desde o século XIX, se costuma chamar poema ou epopeia de Gilgámesh. A atribuição do texto a Sîn-lēqi-unninni encontra-se em catálogo redigido no primeiro terço do primeiro milênio a. C. e achado … Continuar lendo A prece de Nínsun (Sîn-lēqi-unninni, Ele o abismo viu, serie de Gilgámesh, tabuinha 3, v. 13-135) – tradução do acádio por Jacyntho Lins Brandão

A canção de amor de Šu-Sin, um poema sumério

Aproveitando o embalo do tema da escrita cuneiforme e línguas e poesia do Oriente Próximo e Médio da minha postagem do começo do mês sobre um poema do ugarítico, gostaria agora de tratar daquele que, desde seu descobrimento no século passado, tem sido frequentemente chamado de “o poema de amor mais antigo de mundo”. Aliás, recomendo seriamente que, para a leitura desta postagem, vocês ouçam … Continuar lendo A canção de amor de Šu-Sin, um poema sumério