Geoffrey Hill (1932-2016), por Érico Nogueira

O Dificultoso Geoffrey Hill Somos difíceis. Os seres humanos somos difíceis. Difíceis para nós mesmos, difíceis uns para os outros. – E um mistério para nós mesmos, um mistério uns para os outros. Topa-se com muitíssimo mais dificuldade real num dia comum do que na mais “intelectual” das obras de arte. Por que julgam que a poesia, a prosa, a pintura, a música devam ser … Continuar lendo Geoffrey Hill (1932-2016), por Érico Nogueira

“Ode — Indícios de Imortalidade”, de Wordsworth, por Ricardo Neves

A poesia aparece em lugares inesperados. Encontrei-me com a “Ode” de Wordsworth lendo um dos livros do conhecido autor de divulgação científica Stephen Jay Gould, “Ever since Darwin”, capítulo “The Child as Man’s Real Father”. Como contraponto à argumentação puramente científica do seu texto, Gould cita um trecho da Ode:   Though nothing can bring back the hourOf splendour in the grass, of glory in … Continuar lendo “Ode — Indícios de Imortalidade”, de Wordsworth, por Ricardo Neves

Hope Mirrlees (1887-1978), por Alvaro A. Antunes

Ela nasceu Helen Hope Mirrlees em 08/04/1887, em Chislehurst, Kent, e morreu aos 91 anos, em Thames Bank, Goring. Sua  família era de tradição escocesa e tinha vínculos profissionais com a África do Sul. Mirrlees cresceu na Escócia e na África do Sul. Estudou drama na Royal Academy of Dramatic Art e grego no Newnham College, em Cambridge. Lá, tornou-se acólita (mas logo prima inter … Continuar lendo Hope Mirrlees (1887-1978), por Alvaro A. Antunes

Edward Lear, por Cecilia Silva Furquim Marinho

Poemas nonsense para crianças (e adultos acriançados) em tempos de quarentena Tradução de um poema autobiográfico e de sete exemplos de poesia e ilustração nonsense do viajante Edward Lear, feitos para serem cantados. Essas ‘canções’ estão presentes em dois dos quatro livros que o autor publicou em vida, e que depois foram agrupados num mesmo volume com a inserção do poema autobiográfico na apresentação[1]. Os … Continuar lendo Edward Lear, por Cecilia Silva Furquim Marinho

“Canções para Joannes”, de Mina Loy, por Alvaro A. Antunes

Mina Loy nasceu Mina Gertrude Löwy em 27/12/1882, em Londres, e morreu Mina Loy em 25/09/1966, em Aspen, Colorado, EUA. Sua obra poética está coligida em duas edições complementares [1,2]. Há uma biografia sólida [3], monografias [p.e., 4,5], e uma rica coletânea de ensaios [6], além de, claro, vários artigos dispersos. Escreveu prosa também [7,8]. Confesso que, apesar de lê-la há décadas, seu mistério permanece, … Continuar lendo “Canções para Joannes”, de Mina Loy, por Alvaro A. Antunes

Hopkins, Ronsard, Yeats, por Victor Queiroz

Os três poemas a seguir servem de epígrafes ao meu recém-lançado livro de poemas autorais, Uranium 235. Deles, contudo, apenas o “soneto” de Ronsard foi traduzido para compor o volume: o capítulo dedicado a poemas de amor, que ele de certa forma apresenta, parece deslocado no contexto político que vivemos — de retrocesso extremo e de afirmação desse retrocesso como valor… Precisei tecer um comentário … Continuar lendo Hopkins, Ronsard, Yeats, por Victor Queiroz

Um salmo de John Milton, por Cesar Veneziani

“Agora, pois, ó reis, sede sensatos,
      Deixai-vos ser levados ao Senhor
      Terrenos juízes, não sedes ingratos,
Servi com fé e com todo o seu fervor
      Beijai o Filho, em sua aparição
      E nele siga alegre com temor.
Não pereçais em tua direção
      Pois chega o tempo em que serás julgado
      E quem nele refúgio busca então
Será de todo bem aventurado.”

Cesar Veneziani traduz um Salmo de John Milton. Continuar lendo Um salmo de John Milton, por Cesar Veneziani

Sarah Maguire, por Rob Packer

Sarah Maguire (1957–2017) foi uma poeta inglesa que morreu no ano passado em Londres, deixando uma obra enxuta e expansiva ao mesmo tempo. Em três coletânea (Spilt Milk, 1991; The Invisible Mender, 1997; The Pomegranates of Kandahar, 2007), ela explorou questões do corpo e da natureza, com um olhar que sempre considerava a geografia e história. Um dos poemas traduzidos aqui, por exemplo, trata da … Continuar lendo Sarah Maguire, por Rob Packer

23 traduções para um poema de Emily Dickinson (1830-1886), por Matheus Mavericco

Com Emily Dickinson as coisas não funcionavam bem no sentido de sentar pra, digamos, escrever um livro de poemas ou entupir um com o que se tem à mão. Para quem publicou em vida só sete dos mais de dois mil que escreveu, é possível que a graça estivesse noutra coisa que não o amontoado retangular de celulose. Tomemos o caso daquele que começa com … Continuar lendo 23 traduções para um poema de Emily Dickinson (1830-1886), por Matheus Mavericco

‘Dom Baal’, de Edith Sitwell, por Alessandro Funari

Somente uma breve nota introdutória, um tanto para ‘legitimar’ as alterações da tradução, mas mais para apontar que o poema – e, em geral, a poeta – se baseia na construção constante de relações sonoras, humor meio non-sense e na métrica (nesse caso, a discrepância entre o assunto e a métrica clássica). E foi com esse enfoque que tentei traduzir: dentro do escopo semântico (a … Continuar lendo ‘Dom Baal’, de Edith Sitwell, por Alessandro Funari