Anacreonte & Anacreônticas, por Leonardo Antunes

Segundo a tradição, Anacreonte nasceu na cidade jônia de Teos, na Ásia Menor, por volta da metade do século VI a.C. Por conta dos ataques de Harpago, general de Ciro, contra as cidades gregas da região, os habitantes de Teos se viram obrigados a fugir, tendo rumado para a Trácia, onde fundaram Abdera em 540 a.C. A própria obra do poeta parece fazer menção a … Continuar lendo Anacreonte & Anacreônticas, por Leonardo Antunes

Do som ao traço: o aspecto musical como processo de composição do poema, por André Capilé e Sergio Maciel

Tradicionalmente, nos Estudos Clássicos, a questão da oralidade tem sido um problema. Pelo menos até o século XX, as abordagens eram muito mais voltadas ao texto em si, à sua realização literária, ao papel. A filologia era um campo quase absoluto, sobretudo entre os classicistas alemães, extremamente importantes para o cotejamento atual de manuscritos e da filologia românica, que ganhou força no século XIX. É … Continuar lendo Do som ao traço: o aspecto musical como processo de composição do poema, por André Capilé e Sergio Maciel

Emilio Villa (1914-2003), por Nayana Montechiari

Um expoente entre os poetas do Novecentos, Emilio Villa viveu clandestinamente e sua obra dispersa e pouco conhecida, intencionalmente. Aldo Tagliaferri, seu amigo e biógrafo, definiu-o perfeitamente: “Il Clandestino”. Emilio Villa (1914-2003) foi poeta, tradutor, crítico de arte, grande conhecedor de línguas semíticas, da língua italiana ou Ytaglyana (o que considerava uma língua de escravidão), do milanês, inglês, francês, grego, latim e até do “português … Continuar lendo Emilio Villa (1914-2003), por Nayana Montechiari

Naomi Shihab Nye (1952-), por Annie van der Meer

Naomi Shihab Nye (1952-) nasceu em St. Louis, Missouri, filha de mãe americana e de pai palestino, refugiado. Poeta, ensaísta e professora universitária, Nye cresceu entre San Antonio, Texas, onde vive e leciona até hoje, e a Palestina, onde passou parte da adolescência com a família de seu pai. Entre poesia, prosa, e livros infanto-juvenis, já publicou mais de 30 livros, além de editar antologias … Continuar lendo Naomi Shihab Nye (1952-), por Annie van der Meer

Ângela Quinto

A série Perdi minha língua no estrangeiro surgiu de uma experiência na Oficina Tipográfica São Paulo, a partir do círculo de tipos móveis criado por Luy Albino. Entrar numa tipografia meses após a morte de meu irmão, um tipógrafo também, foi como andar para trás até chegar a traços indecidíveis. Repetir a impressão desse círculo de tipos incansavelmente, para depois chegar ao ateliê/casa e: ampliar, sobrepor, justapor, … Continuar lendo Ângela Quinto

Abecedário #3

Querer, por Érica Zíngano querer é KERER qd recebi o convite, p/ participar desta publicação (agora online!), q tb nos faz pensar em termos de dicionário/verbete, eu tinha recém retomado a análise, no modo telefone-pandemia, e tinha começado a ler bate-se n’1a criança, do freud. ein kind wird geschlagen, 1a criança é batida, 1a criança apanha. eu sentia q precisava incorporar outros indícios, repensar certas … Continuar lendo Abecedário #3

Cena de: Uma A Outra Tempestade, por André Capilé & Guilherme Gontijo Flores (a partir de Shakespeare & Césaire)

No dia 23 de setembro de 2020, ao fim do curso acerca da “Tradução-Exu”, compartilhado entre Guilherme Gontijo Flores e André Capilé, todo ele ainda disponível aqui: TRADUÇÃO-EXU, deu-se início à empreitada de refazer, em múltiplos cruzamentos, as tempestades de Césaire e Shakespeare. Se, em sua radicalidade, encarar Une Tempête, de Aimé Césaire, ela mesma uma tradução-exu de The Tempest, de William Shakespeare, ao cotejar … Continuar lendo Cena de: Uma A Outra Tempestade, por André Capilé & Guilherme Gontijo Flores (a partir de Shakespeare & Césaire)

XANTO | Siba: do popular poético ao épico

A poética popular do nordeste é ampla em relação ao estilo, mas pode-se resumir, creio, como um ponto de encontro comum, na poética dos cantadores de viola, dos repentistas. A poesia dos cantadores funciona como força motriz, através da qual os outros gêneros, como o maracatu do baque solto, o côco de embolada, o côco de roda, a ciranda etc, de certo modo, derivam e … Continuar lendo XANTO | Siba: do popular poético ao épico

Abecedário #2

Para ler a primeira parte deste abecedário, clique aqui. * * * HISTÓRIA, por Dirceu Villa a história é um pesadelo de que estou tentando acordar, diz stephen dedalus numa conversa com seu avaro empregador [defensor do reino unido sobre a irlanda], que lhe paga pouco e lhe dá uma lição, diga-se, gratuita sobre economizar. no princípio, história [histor: o sábio que conta] era narrar … Continuar lendo Abecedário #2

Abecedário #1

Ano passado, propus um projeto que consistia num conjunto de ensaios poéticos na forma de um abecedário. A cada uma das letras do alfabeto, uma palavra. A cada palavra, um(a) poeta, crítico(a). A ideia era emular o famoso abecedário proposto ao Deleuze. Infelizmente, o projeto não pode ser levado a cabo na sua forma inicial, em livro. No entanto, remodelando às necessidades do momento, transfiro-o … Continuar lendo Abecedário #1