7 vezes “Aedh wishes for the cloths of Heaven”, de William Butler Yeats

Jackie Mackenna "He wishes for the cloths of Heaven", memorial com base no poema
Jackie Mackenna “He wishes for the cloths of Heaven”, memorial com base no poema

originalmente publicado no volume The wind among the reeds (1899), “Aedh wishes for the cloths of Heaven” é um dos poemas mais famosos de william butler yeats (1865-1939). tanto, que já apareceu até num filme como Nunca te vi, sempre te amei (84 Charing Cross Road) , na voz de antony hopkins. ele incorpora o que é visto muitas vezes como uma primeira fase da poesia de yeats, em que predominam as influências do romantismo, da poesia vitoriana e do simbolismo, ao lado de temas muitas vezes retirados da mitologia céltica e folclore irlandês – é anterior, portanto, a outros poemas famosos, como “The second coming” (1919-20) ou “Sailing to Byzantium” (1928). como já fizemos aqui outras vezes, acho que a maior homenagem que podemos fazer a um poema é reunir seus tradutores. por uma coincidência dessas que não sabemos como, bruno d’abruzzo me enviou sua tradução inédita na mesma semana em que eu havia visto a de andré vallias no facebook. além disso, eu já sabia da existência de pelo menos mais uma ou duas. aqui estão reunidas todas que pude encontrar.

guilherme gontijo flores

AEDH WISHES FOR THE CLOTHS OF HEAVEN

Had I the heavens’ embroidered cloths,
Enwrought with golden and silver light,
The blue and the dim and the dark cloths
Of night and light and the half light,
I would spread the cloths under your feet:
But I, being poor, have only my dreams;
I have spread my dreams under your feet;
Tread softly because you tread on my dreams.

(William Butler Yeats)

* * *

* * *

OS TECIDOS DO CÉU

Se eu tivesse os tecidos bordados dos céus,
ornados de ouro e prata em luz,
panos azuis foscos breus
da noite, luz, e da meia-luz,
estenderia os tecidos sob teus pés.
Mas, pobre, tenho apenas sonhos;
são eles que estendo sob teus pés.
Pise devagar, você está pisando nos meus sonhos.

(trad. inédita de Bruno D’Abruzzo)

* * *

AEDH DESEJA OS TECIDOS DO CÉU

Se eu tivesse, do céu, os tecidos
Drapejados, bordados com luz
De ouro e prata, e os escuros tecidos
Azuis da noite e a meia-luz
E a luz, deitava-os sob os teus pés:
Mas, pobre, tenho apenas meus sonhos;
Deitei meus sonhos sob os teus pés;
Pisa de mansinho, pois são meus sonhos.

(trad. quase inédita de André Vallias)

* * *

Ele deseja os tecidos bordados do paraíso

Tivesse eu os tecidos bordados do paraíso,
Adornados com luz dourada e prateada,
Os azuis, sombrios e escuros tecidos
Da noite e da luz e da meia-luz,
Eu os estenderia sob seus pés:
Porém, sendo pobre, tenho apenas meus sonhos;
Eu estendi meus sonhos sob seus pés;
Pise suavemente porque você está pisando em meus sonhos.

(Trad. de Ricardo Cabús)

* * *

AEDH DESEJA OS TECIDOS DO CÉU

Fossem meus os tecidos bordados dos céus,
Ornamentados com luz dourada e prateada,
Os azuis e negros e pálidos tecidos
Da noite, da luz e da meia-luz,
Os estenderia sob os teus pés.
Mas eu, sendo pobre, tenho apenas os meus sonhos.
Eu estendi meus sonhos sob os teus pés
Caminha suavemente, pois caminhas sobre meus sonhos.

(Trad. Péricles Eugênio da Silva Ramos)

* * *

AS SEDAS BORDADAS DO CÉU

Se eu tivesse as sedas bordadas do céu,
com bainhas de luz de ouro e de prata,
as sedas azuis e sombrias e escuras,
da noite e da luz e da meia-luz,

deitava-as todas aos teus pés.

Mas eu sou pobre e só tenho os meus sonhos.
Deitei-os todos aos teus pés.
Pisa com cuidado,
é nos meus sonhos que estás a pisar.

(Trad. de Miguel Esteves Cardoso)

* * *

ELE DESEJA OS MANTOS DO CÉU

Se eu tivesse os mantos bordados do céu,
Envoltos com luz de ouro e prata,
Os azuis e os cerúleos e os escuros mantos
Da noite e da luz e da meia-luz,
Eu estenderia os mantos sob teus pés;
Mas eu, por ser pobre, só tenho os meus sonhos;
Eu estendi os meus sonhos sob teus pés;
Pisa com cuidado porque pisas nos meus sonhos.

(trad. de Rachel Gutiérrez)

 

 

Um comentário sobre “7 vezes “Aedh wishes for the cloths of Heaven”, de William Butler Yeats

  1. it’s yeats

    Se eu me vestisse como os anjos
    do sol e azuis da noite os tons
    das estrelas do céu os arranjos
    dos meus planos à luz da meia-luz

    colocaria o mundo a teus pés
    mas sou pobre e tendo só meus sonhos
    quero colocá-los a teus pés
    pise com cuidado, são meus sonhos

    W. B. Yeats
    livre adaptação de Marcos Prado e Thadeu Wojciechowski, publicada em Os Catalépticos, Curitiba: Lagarto Editores, 1992.

Deixe um comentário