“Mãos” de Sarah Valle, por Natalia Borges Polesso

“Um corpo que dói é um corpo estrangeiro, que precisa de tradução no mundo das pessoas que não sentem dor. O corpo que dói reserva uma parte de suas energias apenas para se erguer, manter-se indiferente. Esse ruído constante lhe rouba uma fração da sensação do real, alguma coisa do real está perdida, um tanto de devaneio, um tanto de presença, um tanto de memória.  … Continuar lendo “Mãos” de Sarah Valle, por Natalia Borges Polesso

XANTO | O mundo mutilado, de Prisca Agustoni ou as línguas partidas. Resenha e desenho, por Ana Cláudia Romano Ribeiro.

O mundo mutilado, livro de poemas de Prisca Augustoni, publicado pela editora Quelônio em 2020, com detalhe de ilustração de Anna Allenbach na capa, tem sete partes: seis delas são compostas por poemas; a última, “como nasceu este livro”, localiza o leitor no tempo, no espaço e nas tragédias que ele recoloca aos nossos olhos e que motivaram o livro: Entre 2013 e 2017 os … Continuar lendo XANTO | O mundo mutilado, de Prisca Agustoni ou as línguas partidas. Resenha e desenho, por Ana Cláudia Romano Ribeiro.

Concret_s como frutos nítid_s como pássaros (V): Patrícia Lino conversa com Tiago Alves Costa

“Concretos como frutos nítidos como pássaros” é uma série dedicada à divulgação da poesia portuguesa contemporânea no Brasil. Leia os posts anteriores da série. Parte I: “Explicação, Miguel-Manso” [fevereiro 2021].Parte II: “Regina Guimarães, Margarida Vale de Gato, Maria Brás Ferreira” [março 2021].Parte III: “Poesia Expandida. Fernando Aguiar, Teresa M. G. Jardim, Ricardo Tiago Moura, Alexandre Francisco Diaphra e Marta Bernardes” [maio 2021].Parte IV: “Volta para Tua Terra … Continuar lendo Concret_s como frutos nítid_s como pássaros (V): Patrícia Lino conversa com Tiago Alves Costa

Concret_s como frutos nítid_s como pássaros (IV): Volta para Tua Terra (Urutau, 2021)

“Concretos como frutos nítidos como pássaros” é uma série dedicada à divulgação da poesia portuguesa contemporânea no Brasil. Leia os posts anteriores da série. Parte I: “Explicação, Miguel-Manso” [fevereiro 2021].Parte II: “Regina Guimarães, Margarida Vale de Gato, Maria Brás Ferreira” [março 2021].Parte III: “Poesia Expandida. Fernando Aguiar, Teresa M. G. Jardim, Ricardo Tiago Moura, Alexandre Francisco Diaphra e Marta Bernardes” [maio 2021]. os racistas temem … Continuar lendo Concret_s como frutos nítid_s como pássaros (IV): Volta para Tua Terra (Urutau, 2021)

Concret_s como frutos, nítid_s como pássaros (III): Poesia expandida

“Concretos como frutos nítidos como pássaros” é uma série dedicada à divulgação da poesia portuguesa contemporânea no Brasil. Leia os posts anteriores da série. Parte I: “Explicação, Miguel-Manso” [fevereiro 2021].Parte II: “Regina Guimarães, Margarida Vale de Gato, Maria Brás Ferreira” [março 2021]. FERNANDO AGUIAR (LISBOA, 1956) Acho que há sempre uma ligação com aquilo que se fez nopassado, e nos livros sobre poesia visual os … Continuar lendo Concret_s como frutos, nítid_s como pássaros (III): Poesia expandida

essa língua tão áspera: heriberto yépez, por nina rizzi

H? o ensinamentofundamentaldapoemaé queéumprocessoda gente se ligarque tá’contecendou’a coisa quetemporariamentechamamospoema. Mas não é uma poema.É u’a coisa supina, tremenda,istorica. H? A poema é registrada na página.Mas aconteceu noutro canto. ¿H? La enseñanzafundamentaldel
poemaes que
es
un
proceso
de darnos cuentaque está sucediendoalgo quellamamospoema. Pero no es un poema.
Es algo superior, tremendo,istórico. ¿H? El poema se registra en la página.Pero sucedió en otra parte. * Heriberto Yépez (Tijuana, 1974), é tradutor … Continuar lendo essa língua tão áspera: heriberto yépez, por nina rizzi

Concretas como frutos nítidas como pássaros (II): Regina Guimarães, Margarida Vale de Gato, Maria Brás Ferreira

“Concretos como frutos nítidos como pássaros” é uma série dedicada à divulgação da poesia portuguesa contemporânea no Brasil. Leia os posts anteriores da série. Parte I: “Explicação, Miguel-Manso” [fevereiro 2021]. REGINA GUIMARÃES (PORTO, 1957) Correio do Porto: — Como se situa no panorama da poesia portuguesa contemporânea? (A cena literária, mas também, muitas vezes, as cenas literárias…) Regina Guimarães: — Não me situo. Correio do … Continuar lendo Concretas como frutos nítidas como pássaros (II): Regina Guimarães, Margarida Vale de Gato, Maria Brás Ferreira

Um centro anda na margem: Alberto da Costa e Silva (1931—)

Este é um ano de números redondos para a poesia brasileira: até o momento, já fizeram 90 anos Augusto de Campos (1931—) e 80 Leonardo Fróes (1941—), ambos poetas de fevereiro, com um percurso e uma recepção muito diversos, porém hoje fundamentais para os leitores atentos de poesia contemporânea, mesmo que ambos continuem sem uma obra reunida em catálogo contínuo. Logo chega o momento em … Continuar lendo Um centro anda na margem: Alberto da Costa e Silva (1931—)

In memoriam: Maria Lúcia Alvim (1932-2021)

Já tivemos dois posts na escamandro sobre Maria Lúcia Alvim, o primeiro deles acabou dando o pontapé para uma aventura que culminou na publicação de Batendo pasto, livro inédito de 1982, que estava na gaveta de Paulo Henriques Britto, sob juramento de só ser publicado após a sua morte. Felizmente, Ricardo Domeneck conseguiu convencê-la de que nós e ela o merecíamos em vida. Durou pouco. … Continuar lendo In memoriam: Maria Lúcia Alvim (1932-2021)

XANTO|”Não saber cantar é não ser canto?”, por José Pinto

Casem-se os poetas com a respiração do mundoBaltasar Lopes (Osvaldo Alcântara), poeta cabo-verdiano Escrito em 1942, o poema de Paul Éluard hoje conhecido pelo título ‘Liberté’ foi transportado clandestinamente de França, ocupada pelos nazis, para Inglaterra. Em 1943, o poema foi lançado por aviões aliados nos céus da Europa em guerra e refaço o exercício de imaginar o que poderia ter sentido um judeu num … Continuar lendo XANTO|”Não saber cantar é não ser canto?”, por José Pinto